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O rouxinol da minha aldeia...

O gorjear do rouxinol

Na minha terra havia mais sobreiros,
Onde eu ouvia cantar muitas aves;
Agora vejo poucas e já não gorjeiam,
como as que gorjeavam nessas árvores.

 

No céu eu via o brilho de mais estrelas,
As várzeas tinham o colorido das flores,
Os montes tinham rebanhos e mais vida,
Na aldeia os namorados e seus amores.

Mas um dia na cidade grande fui parar,
Outras aves ouvia pelo nascer do sol;
Nunca esqueci a beleza da minha terra,
Onde em criança ouvi gorjear o rouxinol.

Grande foi a saudade dos seus primores,
Iguais eu digo que nunca encontrei por cá;
Por isso eu quero viver nela os últimos dias,
Com todo o prazer que só encontro por lá.

 

Desejo ter muita saúde e regressar,
Viver na aldeia, hoje vila de encantar;
Passear em charnecas de deslumbrar,
Ter tanta alegria como aqui à beira mar.

 

O tempo passou e à vila regressei,
Disponível para minha terra adorar;
Contente quando este poema terminei,
Feliz por ter ido e com saúde regressar.

Agora quero o rouxinol e as outras aves avistar,

Lindas e cantadoras que já não consigo encontrar,
Os locais onde as vi e ouvi não parecem já cá estar;
Vejo outras árvores mas nenhuma ave gosta de lá estar.

 

Publicado: 2012 (c) Celestino Silva

                       

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